Segunda a investigadora Dóris Santos, no século XIV, a mata era a coutada de uma casa senhorial existente no Bombarral, pertencente a Pêro Esteves, capelão e homem principal de Óbidos. Posteriormente, estes bens passaram para a Luís Henriques, apoiante do Mestre de Avis. A Casa da Coutada, pela aquela ficou conhecida passou mais tarde a ser designada por Paço. (...)
O regime de coutada e todo o processo legislativo inerente resultaram, desde a Idade Média até ao século XIX, num privilégio dos monarcas e da alta nobreza, causador dos Henriques ao Palácio Camilo de frequentes litígios com os interesses das populações locais que, assim, se viam privadas do acesso aos recursos florestais e ao exercício da caça. Mas, por outro lado, resultaram num sistema de conservação dos recursos naturais, cinegéticos e salvos da conversão agrícola ou da exploração muito menos desregrada para caça e abastecimento de madeira ou outros elementos necessários para as comunidades em crescimento. Nesta perspetiva, podemos considerar que a coutada do Bombarral foi, em parte, a responsável pela parcial sobrevivência genuína até ao século XX de um resíduo da paisagem medieval da região. (...) Ainda hoje a Rua da Coutada permanece como testemunha da anterior denominação da Mata Municipal; a segunda une o Largo António Bruno Patuleia à Rua da Coutada e esta inicia na Praça José Pereira de Carvalho e acompanha o limite da Mata em direção à Rua Mouzinho de Albuquerque.
Bibliografia: Emanuel Vilaça (2006) A Mata Municipal do Bombarral, Associação de Defesa do Rio Real. p. 31-32.
Foto retirada de http://esassociacao.blogspot.com/2014/08/cei-patrimonio-historia-e-gastronomia.html
Nome dos elementos do grupo:
João Figueiredo
Revisão e fotografia (local): Prof. Vítor Paulo
Comentários
Enviar um comentário
Os comentários feitos de forma anónima não nos permitirão interagir com o autor.